Os homens rezam à beira do cais.
E rezam as mães dos homens
Inda moças
À beira do cais.
A água morna
Varre para longe
Suas preces tristes.
Iemanjá não ouve.
Eles carregam andores azuis
Cheios de flores
Cheios de promessas.
Pedidos de amor
Destas moças de vestes brancas
E calcinhas vermelhas, Deus!
E corações negros.
Iemanjá não vê as cores brilhando
Na beira deste cais.
O que vejo nesta noite de janeiro
Não é praia nem mar:
Do meu sofá eu vejo
Um oceano de homens
Vazios
E suas mães e meninas
Vazias
Dançando a dor na beira desta praia.
Mas Iemanjá dorme.
É bem igual uma coisa que escrevi há algum tempo, só não sei se está no blog. Sobre a mãe de um pescador acendendo velas pra que o filho volte na tempestade, e a Virgem da imagem olhando pra ela sabendo que isso não vai acontecer. Eugostomuitodetudoquevcescreve, sabia? um beijo.
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